Durante entrevista com a jornalista ucraniana Diana Panchenko, divulgada pela mídia estatal nesta quinta-feira (17/8) o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, voltou a dizer que pode utilizar armas nucleares recebidas de Putin caso seu país seja atacado. O “último ditador da Europa” afirmou que as armas de destruição em massa “definitivamente não serão usadas, a menos que enfrentemos uma agressão”.

Lukashenko disse que caso um ataque seja lançado contra seu país, o território de Belarus pode “ser capturado em um mês e não sobrará nada”. “É por isso que não vamos demorar [a responder]”, declarou.

Na conversa, o presidente de Belarus citou a recente tensão que toma conta da fronteira do país com os vizinhos no Leste Europeu. “Se a agressão contra nosso país for lançada do lado da Polônia, Lituânia ou Letônia, responderemos imediatamente com tudo o que temos”, ameaçou.

Recentemente, a fronteira entre Belarus, Polônia, Lituânia e Letônia se tornou mais um foco de atenção na Europa, com a atividade militar crescendo no local. Países vizinhos de Belarus acusam o regime de Lukashenko de estar por trás de uma crise migratória na região.

Além da Polônia, que já enviou cerca de 10 mil soldados para a fronteira, Lituânia e Letônia anunciaram recentemente um reforço militar na região.

Apesar de os três países alegarem a crise migratória como motivação para o aumento da tensão militar na área, o envio de militares de países vizinhos para a fronteira coincide com o momento em que mercenários do Grupo Wagner começaram a chegar em Belarus, onde receberam abrigo após uma tentativa frustrada de motim contra Putin.

*Metrópoles