Tenha você viajado ou não, o fim do ano e as férias sempre fazem bons convites à comilança, já que a rotina também sofre modificações. Entretanto, na retomada dos hábitos normais e, inclusive, do planejamento alimentar, há quem relate sofrer mais para voltar a se alimentar de maneira saudável — e sinta uma fome exagerada. Afinal, isso seria um mito ou realmente pode ser algo esperado?

Em nada tem a ver com mito. Depois de alguns dias de exageros é normal, sim, que a vontade de comer mais permaneça. Isso se deve, principalmente, a mecanismos cerebrais, uma vez que o cérebro recebe mais estímulos prazerosos com a comida em relação àqueles períodos habituais.

Para se ter uma noção, alimentos palatáveis, que contam com altas cargas de gorduras, açúcares e substâncias químicas, liberam mais dopamina, responsável pela sensação de prazer e bem-estar. Diante disso, pessoas que costumam concentrar a alimentação nesses itens se adaptam a essa sensação de prazer imediato.

Dessa forma, ao migrar para uma rotina saudável e reduzir a ingestão de alimentos palatáveis — ricos em açúcares, gorduras e outros —, é esperado que o cérebro sinta falta dessas substâncias. Assim, no início, é possível que você sinta mais vontade em consumir as comidas gostosas que vinha comendo.

Para minimizar esse contraste, o ideal é não aderir a regimes ou dietas muito radicais na volta à rotina. Isso porque o ajuste, quando feito aos poucos, pode facilitar a adaptação. Entretanto, cuidado também para não usar isso de pretexto para sabotar a dieta. Ir evoluindo a alimentação, diariamente, irá facilitar a adesão ao plano alimentar.

Por isso, traçar metas e substituir progressivamente os alimentos auxiliam para que esse desejo avassalador reduza e, com isso, haja evolução no cardápio.