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O facilitador da corrupção para quem se elegeu dizendo ser contra
Deputados e senadores criaram a emenda livre de fiscalização, que bate direto na conta do prefeito para gastar como quiser
Há uma grande leva de parlamentares na Câmara e no Senado que se elegeu com o discurso anticorrupção, fazendo pregações de senhor acima do bem e do mal e vociferando contra concorrentes de forma açodada e raivosa, que levou o País para o campo da histeria política.
Alertas até foram feitos sobre o jogo de cena dos atores políticos, mas de nada adiantou. Resultado, o Brasil tem hoje a pior representação política da história do Congresso.
E sabe aquele discurso contra a corrupção? Era pura enganação mesmo.
Um dado por si só já explica tudo. Nenhum desses senhores eleitos com os sintomas esbravejantes recusou a chamada emenda PIX, que é o maior escândalo com o dinheiro público, patrocinado pelos próprios parlamentares.
No comboio comandado pelo Centrão, Câmara e Congresso obrigaram o governo a liberar PIX para seus indicados nos municípios brasileiros. Só para antes do período eleitoral deste ano foi autorizado nada menos do que R$ 4,5 bilhões.
A emenda PIX é um recurso sem transparência, sem fiscalização nenhuma, entregue diretamente a um prefeito para ele gastar como quiser e bem entender. E assim, de repente, o dinheiro pode chegar lá e logo voltar para o bolso de alguém mais esperto ou diretamente interessado. ´
A emenda foi criada exatamente a pedido de deputados e senadores, mas, em nenhum momento, os senhores que se diziam contra a corrupção reagiram. Ninguém esbravejou contra.
Aliás, muito pelo contrário. O que se vê hoje pelo País são os senhores de mandatos indo às redes sociais e publicando cards de super cheques com somas milionárias, destinadas a algum apadrinhado de uma prefeitura qualquer. Até fazem pose super-homens endinheirados.
A emenda parlamentar PIX é o suprassumo da imoralidade. Um passaporte para a corrupção generalizada, já identificado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o próprio Supremo Tribunal Federal (STF).
Pressionado no ou dá ou desce, o governo federal autorizou para este ano a liberação total de R$ 7,7 bilhões. O recurso é destinado pelos parlamentares, driblando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o próprio TCU e quaisquer outros instrumentos de fiscalização.
Quer dizer, trata-se de uma farra com o dinheiro da Nação, que nenhum parlamentar rejeitou. Muito menos as vozes da falsa moralidade de políticos alagoanos.
E eles estão por aí posando nas redes sociais. O que demonstra que aquela história passada nunca foi por causa da corrupção.
No fundo perdido, tudo é sempre pelo dinheiro.
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