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Membros da “Cosa Nostra” são presos na Itália por lavagem de dinheiro no Brasil

Quatro prisões foram decretadas

Por Redação 11/10/2024 11h11
Membros da “Cosa Nostra” são presos na Itália por lavagem de dinheiro no Brasil

Com o apoio de informações compartilhadas pelo Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, via cooperação internacional, a Itália prendeu nesta semana quatro investigados ligados à Cosa Nostra, grupo mafioso daquele país europeu que atuava no Brasil.

As prisões foram decretadas pela Justiça do Brasil, a pedido do Ministério Público italiano, pelos crimes de extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores. Também foi determinado o bloqueio de mais de € 350 mil, o equivalente a R$ 2,1 milhões, e de bens de nove empresas que operam nos setores imobiliário e de restauração, localizadas na Itália, na Suíça, em Hong Kong e no Brasil.

As prisões são um desdobramento das investigações da Operação Arancia, deflagrada no dia 13 de agosto, em Natal, quando a força-tarefa de autoridades brasileiras e italianas mirou o braço da Cosa Nostra no Brasil.

A Cosa Nostra é apontada como uma das mais poderosas organizações mafiosas da Itália, que também atua em território brasileiro, principalmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

A Operação Arancia prendeu no Brasil o empresário italiano Giuseppe Bruno, considerado um dos chefes da organização.

Como a grupo atuava no BrasilSegundo informações divulgadas pela Procuradoria na quinta-feira 10, as evidências coletadas até o momento revelam que a máfia italiana usou empresas-fantasmas e “laranjas” para facilitar a movimentação e a ocultação de fundos ilícitos, provenientes de atividades criminosas internacionais.

Os investigadores estimam que a ramificação do grupo no Brasil tenha realizado a lavagem de aproximadamente R$ 300 milhões em capitais ilícitos, desde 2009. O dinheiro era usado para comprar propriedades e se infiltrar no mercado imobiliário e financeiro brasileiro.

Comunicado divulgado pelo Comando Provincial de Palermo revela que as provas reunidas até agora apontam para a atuação criminosa conjunta de Giuseppe Calvaruso e de Giuseppe Bruno no esquema. As autoridades italianas estimam que o valor total dos ativos investidos podem superar € 500 milhões, em valores atuais, o que equivale a mais de R$ 3 bilhões.

No dia 17 de setembro passado, a Procuradoria em Natal denunciou três italianos e seis brasileiros por envolvimento com organização criminosa internacional e lavagem de dinheiro para a máfia italiana.

Além da condenação dos envolvidos, o MPF pediu à Justiça brasileira a manutenção da prisão preventiva dos líderes da máfia. Dois deles já estão presos por outros crimes: Giuseppe Calvaruso, sob custódia na Itália, e Pietro Lagodana, que cumpre pena no Presídio Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte.

O terceiro italiano apontado como líder é Giuseppe Bruno, que também permanece preso no Brasil. Além desses três chefes da ramificação da Cosa Nostra no Brasil, foram denunciados seis brasileiros acusados de integrar a organização em diferentes períodos, incluindo companheiras dos italianos.

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