Um dos momentos mais jocosos da audiência pública do dia 21, que discutiu a construção de megas torres e o fim da Lagoa da Anta, na área onde está instalado o histórico Hotel Jatiúca, foi protagonizado pelo vereador Leonardo Dias (PL). Apesar de ser da bancada de sustentação do prefeito JHC (PL), o vereador apoiou com ironias as críticas da oposição contra o gestor municipal, e insinuou para a Construtora Record que gostaria de ter um apartamento no local.

“Se eu comprar não tenho como pagar por falta de condições. Ai vão tomar”. Ele chegou a aconselhar um dos sócios da empresa a levar o empreendimento para outro País. “Em Maceió, nada funciona”, atacou Leonardo.

A audiência reuniu representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, da Superintendência do Patrimônio da União, dos órgãos ambientais, empresas do mercado imobiliário, engenheiros, arquitetos, ambientalistas, militantes ambientais, entre outros representantes da sociedade civil organizada. Depois que um dos sócios da construtora, Hélio Abreu, apresentou o polêmico projeto que pode acabar com a Lagoa da Anta e reconhecer que para executar a obra é necessário estudos técnicos e a conclusão do Plano Diretor da cidade, o vereador Leonardo Dias atacou a gestão municipal: -“Aqui, em Maceió, as coisas são difíceis de acontecer. Se eu fosse vocês (construtora) eu levaria seu projeto para outro País, porque aqui não dá”.

Alguns presentes na audiência pública (a favor e contra) se uniram e rejeitaram os pronunciamentos irônicos do vereador em diversos momentos. A vereadora Silvana Barbosa (Solidariedade) rebateu o colega e defendeu que o empreendimento seja mantido em Maceió. Argumentou que é preciso esperar a conclusão do Plano Diretor que está sendo revisado. O último tem mais de 20 anos. “Se o projeto da Record não ferir o novo plano de desenvolvimento da cidade de Maceió a câmara poderá analisar e votar. Mas, é preciso esperar a aprovação do Plano Diretor pelo Legislativo Municipal e conhecer os impactos ambientais deste projeto”.

A audiência pública foi solicitada pelo vereador Allan Pierre (MDB). A polêmica sobre a derrubada do hotel Jatiúca para a construção de cinco megas torres começou há dois anos. Na audiência Pierre cobrou a apresentação de estudos técnicos sobre a mitigação dos impactos ambientais. Pierre disse que a segunda fase da investigação é cobrar documentos da prefeitura e da construtora para identificar quem são os acionistas do empreendimento e do hotel Jatiuca