O desembargador Ivan Vasconcelos Brito Júnior determinou a soltura da médica Nádia Tamyres, presa desde 16 de novembro por matar o ex-marido, o também médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, em Arapiraca. O crime ocorreu em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Sítio Capim, quando Alan Carlos foi atingido por disparos dentro do carro. Nádia foi detida horas depois em Maceió, com a arma do crime.

A decisão liminar foi tomada após pedido de Habeas Corpus da defesa, que questionou a legalidade da prisão preventiva, alegando ausência de fundamentação concreta e desconsideração de critérios legais, além da necessidade da presença da mãe para cuidar da filha de quatro anos do casal. A defesa também destacou que Alan Carlos descumpriu medidas protetivas, possuía arma de fogo, respondia a processos por violência doméstica e abuso sexual contra a filha, e teria adotado comportamentos suspeitos próximos à residência de Nádia.

O desembargador entendeu que manter a prisão preventiva seria desproporcional, considerando que não havia evidências de risco à sociedade ou ao andamento do processo. Foram levados em conta fatores como a primariedade de Nádia, sua função como médica concursada e professora universitária, residência fixa, vínculos profissionais estáveis e ausência de tentativa de evasão.

Junto à soltura, foram determinadas medidas cautelares, incluindo comparecimento mensal em juízo, proibição de ausentar-se da comarca sem autorização judicial, vedação de entrevistas ou manifestações públicas sobre o caso e apresentação de comprovante de residência em caso de mudança de endereço.