Alagoas
Decisão judicial pode prejudicar trabalhadores e população de Maceió
Desembargador do TJ devolve serviço de limpeza pública para empresa acusada de explorar funcionários
Uma decisão do desembargador José Carlos Malta Marques, da 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), pode trazer consequências negativas para os trabalhadores e para a população de Maceió. A decisão autoriza a antiga empresa de coleta de lixo da cidade, a Via Ambiental, a retomar suas atividades na Locar Saneamento Urbano, empresa que cumpre suas obrigações trabalhistas e tem valorizado a mão-de-obra dos colaboradores.
A Via Ambiental havia perdido o contrato de prestação de serviços com a prefeitura de Maceió em 2022, devido a atrasos salariais e falta de quitação de benefícios, como férias, além de não fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos trabalhadores, desrespeitando a Norma Regulamentadora Trabalhista 06, e não oferecer plano de saúde aos colaboradores, como consta em acordo coletivo. A empresa também foi acusada de realizar desconto sindical sem a existência de trabalhadores da empresa associados a sindicatos, o que configura apropriação indébita, motivo que já gerou paralisação por algumas vezes.
Com a decisão judicial, a situação pode voltar à "ruindade inicial", segundo denúncias de moradores da parte alta de Maceió, que afirmam que a empresa prestava um mau serviço, com riscos à saúde pública. A prefeitura da cidade havia decidido não renovar o contrato com a Via Ambiental e contratou, por emergência, uma outra empresa, cuja operação teve início em outubro de 2022.
A nova empresa prestadora do serviço de limpeza urbana tem cumprido suas obrigações, e não houve registros de atrasos na coleta de lixo dos setores sob sua responsabilidade, nem de coleta domiciliar feita de maneira irregular, antes motivos de queixas frequentes entre os moradores. A decisão do desembargador pode prejudicar não só os trabalhadores da Locar, que perderiam seus empregos, mas também a população da parte alta de Maceió, que poderia voltar a sofrer com o serviço precário de coleta de lixo.
O vereador Cal Moreira (PSC) já havia protestado na Câmara Municipal de Maceió sobre a diferença na qualidade dos serviços prestados à parte nobre da cidade em comparação ao que era oferecido à parte alta, onde habita a população mais vulnerável. Ele afirmou que, caso os problemas relacionados à limpeza e conservação atingissem a área nobre da capital, a repercussão seria outra: "com certeza já teria sido resolvido".
A decisão do desembargador ainda pode ser revertida, mas, enquanto isso não acontece, a incerteza sobre o futuro dos trabalhadores e da população de Maceió permanece.
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