Alagoas
Duas chapas concorrem à reitoria da Ufal; conheça os candidatos
Este ano a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) marca mais um processo de consulta à comunidade para escolha de novos dirigentes da Reitoria, da maior e mais antiga instituição de ensino superior do estado, para o quadriênio 2024-2028. O processo de consulta será nos dias 1º e 2 de agosto (terça e quarta), primeiro turno, e está sendo conduzido por uma Comissão Eleitoral constituída por representantes dos três segmentos da instituição: docente, técnico-administrativo e discente.
O processo participativo de consulta à comunidade universitária, iniciado na década de 1980, abrange atualmente cerca de 30 mil pessoas que integram os quatro campi da Ufal – A.C. Simões, em Maceió; de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca), em Rio Largo; Arapiraca e do Sertão –, com regras definidas pela Comissão Eleitoral, conforme o Regimento em vigor. O processo de escolha democrática é referendado no Conselho Universitário (Consuni), cuja reunião será no dia 22 de agosto. Os conselheiros vão escolher os nomes para compor a lista tríplice, mediante votação manifestada individual e oralmente.
O primeiro turno da consulta, dias 1º e 2 de agosto, transcorrerá das 8h às 21h, com votação totalmente on-line. A comissão também vai disponibilizar computadores ligados à internet em vários locais da Ufal. Eles estarão instalados nos seguintes locais: na Reitoria (auditório); no Ceca; no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU); no Espaço Cultural (Praça Visconde de Sinimbu); e nas sedes do Sintufal e da Adufal. Confira aqui como será o passo a passo da consulta à comunidade.
Conforme a comissão eleitoral, o segundo turno da consulta está marcado para os dias 8 e 9 de agosto Mais detalhes sobre o processo de consulta, acessar o Regimento [ver o anexo]. São votantes, docentes integrantes da carreira do magistério público federal, docentes substitutos e voluntários durante a vigência do seu contrato; estudantes regularmente matriculados, técnico-administrativos; docentes e técnico-administrativos aposentados.
Duas chapas concorrem à consulta pública: a chapa 1 – Ufal Plural: um novo tempo para a democracia, liderada pela professora Rita de Cássia Souto, diretora da Faculdade de Letras (Fale), e pelo professor João Araújo Barros, diretor da Faculdade de Nutrição (Fanut); e a chapa 2 - Avança, Ufal! encabeçada pelo atual reitor Josealdo Tonholo e vice-reitora Eliane Cavalcanti.
Os líderes das duas chapas encaminharam à Ascom Ufal um breve relato sobre suas trajetórias e apresentação de suas principais propostas:
– Professora Rita, nos fale um pouco quem é Rita de Cássia Souto e conte um pouco sobre sua trajetória aqui na Ufal?
– Sou Rita de Cássia Souto Maior, alagoana, filha de servidora pública aposentada e de autônomo. Sou egressa da Universidade Federal de Alagoas, licenciada em Letras-Português [2002/2006], doutora e mestra em Linguística pelo Programa e Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Ufal. Fui professora substituta no Centro de Educação da Ufal, de 2006 a 2008, e, desde 2009, sou professora efetiva da Faculdade de Letras da Ufal, na graduação e pós-graduação. Realizei estudos de pós-doutoramento no Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará, em 2018. Atualmente, curso especialização em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.Na gestão, fui vice-coordenadora [2009-2010] e coordenadora [2010-2014] da Câmara de Extensão da Fale. Fui coordenadora de graduação dos cursos de Português, Inglês, Espanhol e Francês da nossa Faculdade de Letas, a Fale, em duas gestões consecutivas [2014 a 2018], quando acompanhei a reelaboração dos projetos pedagógicos desses cursos. Desde 2011, componho o colegiado do PPGLL [Programa e Pós-Graduação em Linguística e Literatura] em diferentes gestões. Sou diretora da Faculdade de Letras desde 2018, em segundo mandato. Sou coordenadora do GT Ensino e Aprendizagem na Perspectiva da Linguística Aplicada da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa e líder do Grupo de Estudos Discurso, Ensino e Aprendizagem de Línguas e Literatura, o Gedeall, Diretório de Grupos CNPq.
– Por que a senhora quer ser reitora da Ufal?
– Para além de querer, a candidatura da chapa Ufal Plural se situa e se reconhece em um cenário de retomada dos princípios democráticos em nível nacional diante de tudo aquilo o que vivemos nos últimos anos, testemunhando cotidianamente um sério risco de ruptura da democracia em nosso país. E, para nós, nada é mais representativo na democracia do que a pluralidade de ideias, a pluralidade de vozes, de pessoas que possam coexistir no espectro democrático.A motivação para nossa candidatura parte, portanto, do diálogo com pessoas de todos os segmentos da Universidade, da sociedade civil, e que nos acompanham neste entendimento de que vivemos um momento histórico de afirmação do debate de ideias e alternativas à nossa realidade social, política, material, tanto dentro quanto fora da Universidade. Queremos, com ela, ressignificar o espaço representado pela Universidade Federal de Alagoas no debate político local e nacional.
– Quais as principais propostas para administrar a Universidade Federal de Alagoas?
– O Programa Ufal Plural se organiza em 12 dimensões, contendo mais de cem compromissos firmados com a comunidade universitária e mais de 300 propostas que estão abertas ao diálogo, à crítica, e à construção coletiva, porque de fato o que nos interessa é ouvir o diálogo da comunidade com essas propostas. O programa se destaca principalmente por sua relação profunda e preocupação com a permanência estudantil na Universidade, e, para isso, é preciso pensá-la de forma holística: não há como falar em permanência sem falar em acessibilidade, ação afirmativa, diversidade, inclusão, segurança, iluminação, qualidade nutricional e alimentar, interiorização, saúde única, qualidade de vida e saúde de servidoras e servidores.Entendemos ser necessário ampliarmos o uso de gêneros condizentes com os princípios democráticos de modo a envolver o maior número de pessoas possível na participação de agendas de nossa Universidade, bem como investir e ampliar a relação de proximidade entre Universidade e a sociedade civil. Neste sentido, convidamos todas as pessoas a conhecerem e dialogarem com nossas propostas, o que já tem ocorrido todos os dias nos espaços por onde passamos. Temos um projeto de Universidade que deseja, de fato, resgatar o senso de pertencimento e participação política de todas as pessoas, e estamos, portanto, comprometidos com a garantia do exercício de sua cidadania, com propostas que resultem neste efeito.
– Que mensagem a senhora deixa para a comunidade universitária?
- Estamos fazendo uma campanha que, para além de tudo, busca apresentar novos termos para o debate político. Ela traduz nossa preocupação com o resgate das relações afetivas, buscando motivar as pessoas a participarem da política sem que se sintam exaustas, e colocando como nossos interlocutores todas e todos aqueles que, de fato, estejam motivados a debater projetos de universidade. É diante deste cenário que convidamos toda a comunidade universitária e membros da sociedade civil a participarem, dialogarem, exercerem sua cidadania, independentemente da escolha que venham a fazer.Esperamos um resultado pedagógico desta participação que vá para muito além do nicho da Universidade, e seja capaz de ressignificar a cidadania de todas e todos em suas vidas, ciclos sociais, municípios e estados. É deste modo que dialogamos com a conjuntura nacional por que passam todas as universidades públicas no Brasil e toda a sociedade brasileira neste momento. Este é o recado que temos à comunidade universitária: vivemos hoje um momento de extrema importância para a participação e a integração de todas as pessoas ao debate político. Participem, exerçam sua cidadania, e façam isso com afeto e compromisso ético, com uma perspectiva factual de transformação social onde todas e todos são beneficiados.
– Professor Tonholo, nos fale um pouco quem é Josealdo Tonholo e conte um pouco sobre sua trajetória na Ufal
.– Sou Josealdo Tonholo, cidadão nascido em Ribeirão Preto-SP, que há 30 anos está no estado de Alagoas, e desde então, professor da Universidade Federal de Alagoas. É nela que desenvolvo atividades de pesquisa, de ensino de graduação e pós-graduação, sempre participando da gestão da universidade, seja nos colegiados de curso, nas coordenações e em vários cursos de pós da nossa instituição, e em projetos de pesquisa, individual, de laboratório e as institucionalizadas. Antes de ser reitor, tive o privilégio de fazer parte da gestão superior na Universidade, com o professor Rogério Pinheiro e, depois, com a professora Ana Dayse Dorea, quando fiquei à frente da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.Há três anos e meio estou à frente da gestão superior da Universidade Federal de Alagoas, na condição de reitor, em parceria com a professora Eliane Cavalcanti, nossa vice-reitora, vinda do Campus Arapiraca, onde atua na área de Biologia. Na Ufal, atuo como pesquisador e tenho como pauta estudos relacionados à físico-química, eletroquímica e cultura do empreendedorismo e da inovação. Participo de programas de pós-graduação, como o Renorbio, de Materiais, do PPGQB [Química e Biotecnologia] e do Profnit, que é a Rede de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação.
– Por que o senhor quer ser reitor da Ufal?
Por que eu quero ser reitor da Universidade Federal de Alagoas? Estou me colocando à disposição da comunidade porque quero, junto com a professora Eliane, poder realizar que nos propomos no início do nosso mandato. Nos últimos três anos e meio nós tivemos a oportunidade de estar à frente da gestão da Ufal e enfrentamos os momentos mais difíceis que essa Universidade passou nos seus 62 anos de história. Apesar das dificuldades, a Universidade se manteve sempre aberta, participativa e interagente de forma permanente com a sociedade alagoana. E, agora, numa nova conjuntura do sistema federal, de mudanças de ares, nós vamos ter a oportunidade de apresentar para nossa Universidade todo conhecimento adquirido nesse período e a competência da gestão sistematizada, essa que permitiu que Ufal se superasse nos momentos de adversidade.
– Quais as principais propostas para administrar a Universidade Federal de Alagoas?
– A Universidade Federal de Alagoas, hoje, é uma universidade diversa e se encontra, geograficamente, totalmente distribuída por todo estado de Alagoas. Os principais desafios para fazer com que essa universidade funcione na sua integralidade passam, primeiro pelo entendimento do que é essa nova universidade nesse cenário contemporâneo, com a integração dos seus diversos campi e a diversidade de cada uma das funções - dos cursos da graduação, pós-graduação e das atividades de pesquisa e extensão, ao mesmo tempo em que a gente tem que agregar práticas de gestão saudáveis e efetivas, que permitam a essa universidade continuar funcionando, mesmo nas situações de maior adversidade como essas que a gente tem passado nos últimos anos com o arrocho orçamentário.Conhecimento da instituição e uso de ferramentas efetivas de gestão são necessários para que essa universidade se reposicione, alcance o sucesso, traga o desenvolvimento que Alagoas tanto precisa.
– Que mensagem o senhor deixa para a comunidade universitária?
– Eu, professor Tonholo, e a professora Eliane nos colocamos à disposição da comunidade universitária com o compromisso de manter o diálogo frequente, o debate aberto, franco, naqueles itens que são mais importantes para garantir a efetividade das funções de uma universidade que tem de ser transformadora. Transformadora da realidade dos nossos estudantes, transformadora da nossa comunidade, transformadora do nosso estado de Alagoas.
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