O Projeto Cine Cultural Ressocializador e Saúde Mental, idealizado pelo setor da Educação da Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) de Alagoas, ganha reconhecimento nacional ao ser admitido para concorrer ao Prêmio de Responsabilidade Social do Poder Judiciário e Promoção da Dignidade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O prêmio será concedido na Semana Nacional de Responsabilidade Social, em abril deste ano.

O CNJ reconhece, premia e destaca ações, projetos ou programas inovadores e eficazes, com foco na promoção, defesa e garantia de valores sociais, como a dignidade da pessoa e a inclusão social. A iniciativa da Seris é a única representante de Alagoas na categoria 3 – Promoção da Inclusão Social e Combate à Discriminação.

O secretário de Ressocialização e Inclusão Social, Diogo Teixeira, destaca a relevância do projeto: "O Projeto do Cine Cultural é mais uma das vias em que a ressocialização atua por meio da educação e também da cultura, possibilitando que uma pessoa melhor volte a fazer parte da sociedade."

Ressocialização por meio da Cultura

O Cine Cultural busca promover o acolhimento e humanização dos reeducandos do Sistema Prisional de Alagoas, especialmente daqueles cujos vínculos familiares foram rompidos. A iniciativa, liderada pela psicóloga da Seris, Sandra Verene, busca minimizar os impactos emocionais causados por essa situação, proporcionando um ambiente inclusivo para os reclusos que não recebem visitas.

Sandra Verene ressalta a inovação do projeto: "O Cine Cultural Ressocializador e Saúde Mental é um projeto inovador. Através da cultura é possível modificar, reeducar e ressignificar os pensamentos e crenças dos participantes da ação, trazendo ressocialização, novas perspectivas e possibilidades de vida."

O projeto ocorre durante as visitas familiares, mensalmente, em conformidade com o calendário de visitas de cada unidade prisional. Os participantes assistem a filmes, desfrutam de pipoca e refrigerante, e são convidados a expressar o entendimento do filme, incentivando a participação inclusiva.

Além do acolhimento, o projeto também enfatiza a inclusão em outros aspectos. Por exemplo, reeducandos que não sabem ler e escrever têm a oportunidade de expressar seu entendimento por meio de desenhos. Além disso, o projeto oferece a possibilidade de remição de pena, contribuindo para a reinserção desses indivíduos na sociedade. Cada duas horas de participação equivalem a seis horas de atividades e, ao atingir 12 horas, o custodiado tem direito a um dia de remição da pena.