A médica Nadia Tamires Silva Lima, acusada de matar a tiros o ex-marido, o também médico Alan Carlos de Lima, voltou a atuar no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Alagoas. O crime ocorreu em novembro de 2025, e o retorno da profissional à unidade de saúde aconteceu após a Justiça conceder liberdade provisória.

Nadia havia sido presa em flagrante logo após o ocorrido, mas teve a prisão convertida em medidas cautelares no dia seguinte. A decisão foi tomada pelo desembargador Ivan Vasconcelos Brito, da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, que considerou que a médica possui residência fixa, profissão lícita e sanidade mental, além de não representar risco à sociedade.

Crime e alegação de legítima defesa

O homicídio aconteceu no dia 16 de novembro, em frente a um posto de saúde na zona rural de Arapiraca, cidade onde o casal morava. Câmeras de segurança registraram o momento em que Nadia se aproxima de Alan, que estava dentro de um carro, e efetua os disparos. O médico morreu ainda no local.

Após a prisão, a médica confessou o crime, alegando que agiu em legítima defesa, após sofrer ameaças constantes do ex-marido. Segundo ela, Alan teria descumprido uma medida protetiva judicial. A defesa também afirmou que o ato ocorreu por impulso, após anos de conflitos, incluindo denúncias de abuso sexual contra a filha menor do casal, acusações que foram posteriormente desconsideradas pela Justiça.

Retorno ao hospital gera repercussão

O retorno de Nadia ao HEA provocou repercussão entre colegas de profissão e pacientes. Em nota, a direção do hospital informou que a médica atua como prestadora de serviços desde 2021 e que está legalmente autorizada a retomar suas atividades, com base em decisão judicial e parecer do Conselho Regional de Medicina (CRM).

A administração da unidade ressaltou ainda que não cabe ao hospital julgar o mérito do caso, atribuição que é exclusiva do Poder Judiciário.