A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação na terça-feira (16) dentro da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, resultando na apreensão de equipamentos utilizados por garimpeiros atuando ilegalmente na região. Armas, radiocomunicadores, munição e coletes à prova de balas foram confiscados, enquanto a ação continua em parceria com as Forças Armadas, prometendo novas investidas.

"A atuação é, também, resultado do cumprimento das decisões do Supremo Tribunal Federal, no contexto da ADPF 709, de intensificação do combate aos crimes praticados dentro de territórios indígenas", afirmou a PF em nota.

A ADPF 709, movida pela Defensoria Pública da União, tornou-se um ponto crucial na luta contra invasões. O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, determinou em novembro de 2023 um plano urgente de retirada de invasores em sete terras indígenas, com prazo de execução de 12 meses.

A declaração de emergência de saúde na Terra Yanomami completa um ano, mas o cenário ainda é desafiador. A operação de retirada de garimpeiros, iniciada em fevereiro do ano passado, obteve sucesso inicial, reduzindo a área garimpada em quase 80%, segundo o Ministério da Defesa. Contudo, o Ministério Público Federal em Roraima observa um esvaziamento das ações, com retorno de garimpeiros e persistência de problemas de saúde.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, apresentaram um balanço e planos para 2024. Guajajara ressaltou a necessidade de ações permanentes após ações emergenciais, enquanto Tapeba destacou aumento no número de profissionais de saúde e investimentos na ordem de R$ 200 milhões na saúde do território yanomami. A criação de uma "casa de governo" em Boa Vista, com orçamento de R$ 1,2 bilhão, é uma das medidas previstas para o ano.

A Terra Yanomami, considerada a maior terra indígena do mundo, com quase 10 milhões de hectares, enfrenta desafios constantes devido à riqueza em ouro e minerais, motivando a invasão garimpeira.