Com o envelhecimento da população brasileira, um estudo inovador realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) sugere que a prática do tênis pode ser um caminho para a juventude, especialmente para os idosos. A pesquisa, conduzida pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde (PPGTS) da PUCPR, destaca descobertas que podem impactar diretamente a qualidade de vida e a prevenção de acidentes em uma população em constante crescimento.

O estudo, liderado por Eduardo Mendonça Scheeren, professor do PPGTS da PUCPR, teve como ponto de partida a investigação sobre os movimentos envolvidos na prática do tênis e sua possível contribuição para melhorar o equilíbrio em idosos praticantes dessa atividade.

"A pesquisa ganha relevância devido ao envelhecimento da população brasileira, sobretudo com o aumento nas taxas de óbitos de idosos devido a quedas", destaca Scheeren.

Utilizando dados biomecânicos obtidos no Laboratório de Motricidade Humana do PPGTS, os pesquisadores mediram o tempo de reação da musculatura do membro inferior dos participantes por meio de eletromiografia. A abordagem inovadora incluiu a comparação não apenas com idosos sedentários, mas com jovens saudáveis, permitindo avaliar se os idosos praticantes de tênis ainda possuem respostas fisiológicas semelhantes às dos jovens.

Os resultados confirmaram a hipótese inicial dos pesquisadores: "Idosos que jogam tênis apresentaram um tempo de resposta muscular semelhante ao dos jovens. A prática do esporte pode ser uma 'fonte da juventude' no que diz respeito à capacidade de manter o equilíbrio", destaca Scheeren.

Apesar das respostas musculares similares, uma diferença notável foi identificada: os idosos praticantes de tênis desenvolveram uma nova estratégia motora para manter a postura, ativando a musculatura com maior intensidade antes da perturbação do equilíbrio, comparada à reação relaxada dos jovens.

Scheeren compara essa estratégia a "manter o botão do afogador acionado", destacando como os idosos praticantes de tênis adaptam suas respostas para manter o equilíbrio. Essas descobertas podem ter implicações significativas para o envelhecimento saudável e a prevenção de quedas em idosos.

Além de Scheeren, participaram do estudo os pesquisadores Nathana Alves de França, Lucca Zambuzzi Nardin do Nascimento e Caluê Papcke. O artigo completo, intitulado "Reactive Response of Older Tennis Practitioners and Healthy Young People in Relation to Balance Perturbations", foi publicado no Journal of Science in Sport and Exercise e está disponível aqui.