O futuro da Amazônia está em risco, alerta um estudo recente que destaca as consequências devastadoras do desmatamento e da crise climática na região. A perda de floresta não apenas reduziria a capacidade de absorção de carbono, intensificando o aquecimento global, mas também afetaria o fornecimento de água e o regime de chuvas em todo o Brasil.

"Diante da iminência do colapso na Amazônia, é fundamental reconhecer que a pecuária é uma das principais causas do desmatamento na região", enfatiza Mônica Buava, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira. Segundo o estudo, a criação de gado representa 75% do desmatamento em terras públicas na Amazônia, alimentando uma demanda crescente por carne bovina que impulsiona a destruição.

Com a intensificação do estresse hídrico na Amazônia, o cenário é de um clima mais seco e quente, potencialmente tornando partes da região inabitáveis. O estudo recomenda ações urgentes, incluindo o fim do desmatamento, a restauração florestal e a cooperação global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Além dos impactos na Amazônia, o desmatamento associado à produção de carne também ameaça o Cerrado, bioma que abriga aproximadamente 25% do território brasileiro. De acordo com dados da ONG Global Witness, uma proporção significativa do gado no estado do Mato Grosso é criada em áreas desflorestadas.

A adoção de uma alimentação vegana ou a redução do consumo de carne emergem como medidas cruciais na luta contra o desmatamento e na proteção desses importantes biomas. Um estudo recente da Universidade de Oxford destaca que dietas veganas resultam em significativamente menos uso de terra, água, perda de biodiversidade e emissões de gases de efeito estufa em comparação com dietas ricas em carne.

Diante desses desafios, a conscientização e a mudança de hábitos alimentares surgem como imperativos na busca por um futuro sustentável e na preservação dos ecossistemas vitais do Brasil.