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Faustão: falta de doadores é maior entrave a transplantes de coração

Transplantes de coração e outros órgãos sólidos dependem de autorização da família dos doadores em potencial, e processo é complicado

Por Redação 22/08/2023 08h08
Faustão: falta de doadores é maior entrave a transplantes de coração

Atualmente, 378 pessoas esperam na fila para receber um transplante de coração no Brasil: entre elas, desde domingo (20/8), está o apresentador de TV Fausto Silva, o Faustão. Ele foi incluído na fila por uma grave insuficiência cardíaca. A doença é uma das que mais levam à necessidade de transplante, assim como entupimentos graves e arritimias severas.

Embora a fila de pacientes que precisam de transplante de coração seja pequena quando comparada às cerca de 65 mil pessoas que esperam por outros órgãos e medula óssea no país, ela não está perto de ser zerada. No Brasil, o tempo de espera para receber um coração é de, em média, 12 meses. Em alguns casos, pode chegar a até 2 anos.

No primeiro semestre deste ano, foram feitos 206 transplantes de coração no Brasil. Ainda que o número seja 16% maior em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, ainda não foi possível superar os impactos da pandemia de Covid-19, quando os procedimentos foram praticamente congelados.

No ritmo atual, especialistas avaliam que seria necessário ao menos o dobro de cirurgias para combater a demanda reprimida pelo órgão.

“A principal dificuldade é encontrar doadores. Temos vários centros de saúde no Brasil que são capazes de realizar o procedimento, muitos médicos qualificados e um sistema integrado de filas que permite organizar o transporte dos órgãos. Entretanto, ainda há poucas pessoas interessadas em doar”, aponta o cardiologista Roberto Kalil, diretor do InCor e da cardiologia do Sírio-Libanês em São Paulo.

E não basta querer: existe uma série de critérios que restringe as doações, especialmente no caso de mortes violentas.

Além disso, doar órgãos é basicamente uma decisão da família do indivíduo que acaba de morrer. Um dos fatores que ainda mantém o número de doadores baixo é a dificuldade dos parentes de fazer a escolha: não há muito tempo para pensar depois de atestada a morte cerebral e, diante da pressão, muitos não entram em consenso.

Sem a autorização dos familiares, mesmo que haja uma documentação atestando a vontade prévia do paciente de doar seus órgãos, o procedimento não pode ser feito.

“Quem se interessa por doar deve deixar muito claro para a família a vontade em todas as oportunidades, para que isso já seja um ponto pacífico no momento do questionamento. Todo procedimento de doação é complexo e é uma corrida contra o relógio”, diz Kalil.

A espera por um transplante de coração

A fila do transplante é organizada por diversos critérios. O tempo de espera é um deles. Encontrar um órgão compatível, no entanto, também pode ser um desafio dependendo do tamanho corporal e do tipo sanguíneo de quem espera a doação.

A gravidade do quadro clínico é o principal determinante para que o indivíduo avance posições e consiga reduzir a espera. “Muitas vezes, enquanto aguarda o transplante cardíaco, o paciente tem uma piora. Em casos como este, a posição da pessoa é atualizada na fila e ela ganha preferência”, explica Kalil.

Segundo o cardiologista, porém, mesmo os casos de prioridade máxima precisam esperar até que se encontre um doador. “Até para pacientes que já estão usando o coração artificial, a última alternativa antes dos transplantes de coração, o tempo de espera pode chegar a três meses”, afirma o especialista.

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