De acordo com informações do Poder360, o preço do diesel comercializado pela Petrobras está 24% abaixo da referência do Preço de Paridade Internacional (PPI), com uma diferença de R$ 0,84 no valor do litro quando comparado ao preço praticado no mercado externo. Já a gasolina apresenta uma defasagem de 14%, com uma diferença de R$ 0,43 por litro em relação ao PPI. Os dados foram divulgados no relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), datado de 14 de janeiro.

Embora a Petrobras não tenha realizado reajustes nos preços dos combustíveis desde julho de 2024, os consumidores sentirão um aumento nos preços nas bombas a partir de 1º de fevereiro. Isso ocorrerá devido ao reajuste na alíquota do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), que afetará os preços de combustíveis em todo o país.

A alíquota da gasolina e do etanol sofrerá um aumento de R$ 0,10 por litro, passando para R$ 1,47. O diesel e o biodiesel, por sua vez, terão um acréscimo de R$ 0,06 por litro, elevando o valor para R$ 1,12.

Repercussões para caminhoneirosm - O aumento no preço do diesel poderá intensificar a insatisfação de caminhoneiros com o governo, um setor tradicionalmente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2018, caminhoneiros autônomos lideraram uma greve de 30 dias, que causou desabastecimento em diversas regiões do país, exigindo a redução no preço do diesel. O movimento foi encerrado apenas após uma intervenção do Exército.

Esse cenário pode se tornar um ponto de atenção para o governo atual, que enfrenta uma queda na popularidade. O setor de caminhoneiros, que continua politicamente organizado, é um grupo com o qual o governo precisará dialogar para evitar novos episódios de insatisfação.

Esses reajustes no preço dos combustíveis e a repercussão política do aumento do diesel devem ser acompanhados de perto, pois podem gerar impactos significativos tanto para o bolso dos consumidores quanto para a estabilidade política no país.