Alagoas

AGRESTE

Após tremor de terra Defesa Civil investiga rachaduras em casas na cidade de Arapiraca

Segundo relato de moradores, problemas em alguns dos imóveis surgiram logo após o abalo sísmico

Por Redação com Gazetaweb 01/09/2023 10h10
Após tremor de terra Defesa Civil investiga rachaduras em casas na cidade de Arapiraca

A Defesa Civil de Arapiraca está investigando se o surgimento de rachaduras em imóveis do bairro Olho d’Água dos Cazuzinhas, na capital do Agreste, tem relação com o tremor de terra registrado na cidade, na última sexta-feira (25).

Segundo relato dos moradores, alguns dos imóveis não tinham rachaduras antes do tremor, surgindo logo após o abalo sísmico. Outros afirmam ainda que pequenas fissuras já haviam surgido nas paredes das casas, mas que, com o terremoto, os problemas na estrutura se agravaram. O tremor de terra foi registrado no dia 25 de agosto por volta das 16h30. O abalo foi de magnitude 2.1, segundo o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo.

O abalo chegou a ser percebido por imagem de videomonitoramento de um estabelecimento comercial de Arapiraca. A gravação mostra a câmera tremendo e um funcionário sentado se levanta assustado. O bairro Olho D’Água dos Cazuzinhas foi apontado como o epicentro do tremor. A vendedora Ana Cristina da Silva mora na localidade há sete anos. Ela relata que estava em casa quando sentiu a terra tremer.

“Eu estava ensinando meu filho a fazer a lição, era por volta das 16h30, e, de repente eu ouvi um barulho muito forte, como se tivesse uma parede caindo e uma casa desabando. E as pessoas saíram em pânico. Eu perguntei o que estava acontecendo e ninguém sabia de nada. Só aquele grande barulho e percebi que havia tido um tremor”, conta a mulher.

Ela diz que após o tremor, as rachaduras do imóvel onde mora só aumentaram de tamanho, a ponta de caber uma mão, bem como se espalharam pelos cômodos. Preocupada, ela disse que vai procurar outro lugar para morar. “Estava rachada, mas não tinha tanto risco como agora depois do abalo que teve, porque foi um grande abalo e ficou perigoso. O tamanho da fissura que está, não posso colocar as nossas vidas em risco continuando nessa casa”, desabafa a mulher.

José Silvério da Silva mora na mesma rua que Ana Cristina e aponta para o mesmo problema. “Era bem pouco quando cheguei aqui. Aí depois desse negócio [tremor] aumentou mais. A pessoa fica com medo de atingir mais”, reclama o homem.

Assim como ele, o estilista Daniel Rodrigues também percebeu o surgimento das fissuras. Ele conta que antes do abalo, não havia nenhuma rachadura no imóvel. “Nenhuma rachadura dessa do forro e das paredes existia. Apareceu depois disso [tremor]”, alega o morador.

O coordenador da Defesa Civil de Arapiraca, Lindomar Ferreira, afirma que o bairro está sendo monitorado pelo órgão. Segundo ele, o município receberá suporte da Defesa Civil de Maceió e da Defesa Civil de Alagoas. O gestor prevê que, até a primeira quinzena de setembro, os órgãos terão instalado os marcos topográficos que farão marcações mensais para mostrar se há algum tipo de movimentação do solo na região.

“Por já ter um histórico de algumas residências com problemas construtivos, o que nos resta é fazer uma investigação, ver se realmente estão relacionados os problemas que as casas têm com os tremores ocorridos em Arapiraca, para tomar as devidas providências”, afirmou Lindomar Ferreira.

O laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte monitora os tremores em Alagoas. De 2015 até agora, foram registrados 305 abalos. No ano passado, 106. Neste ano, 57 registros de tremores de terra foram constatados. Nesta quinta-feira (31), em Craíbas, por exemplo, foi registrado um abalo de 2.2 na escala de intensidade.

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