Alagoas

SETEMBRO AMARELO

Mais de 95% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais

O suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos

Por Renata Marques 25/09/2023 08h08 - Atualizado em 25/09/2023 08h08
Mais de 95% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais

O Ministério da Saúde define o suicídio como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção é a morte, de forma consciente e intencional, usando um meio que acredita ser letal. No Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos. Em consequência disso, campanhas são realizadas com o intuito de conscientizar e orientar como encontrar ajuda, como a Setembro Amarelo.

Segundo o médico psiquiatra, Dr. Wilson Ziela, cerca de 96,8% dos casos de suicídio são de pessoas portadoras de algum transtorno mental. “Existem vários transtornos mentais que podem elevar a chance de suicídio. Além da depressão, há também o transtorno de estresse pós-traumático, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno de personalidade borderline, dentre outros”, explica o médico.

Ainda de acordo com Ziela, alguns sinais de que algo está errado é o isolamento, além de falar de morte diariamente. “Falas como ‘se eu dormisse e não acordasse mais’, ‘se Deus me levasse’, ‘eu gostaria de sumir’ são um grande alerta que esse indivíduo precisa de ajuda. Ele pode estar sofrendo do chamado de comportamento suicida: pensamentos, planos e a tentativa de suicídio”, enfatiza o psiquiatra.

Médico psiquiatra Dr. Wilson Ziela

O suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos no mundo. Uma pesquisa realizada no Reino Unido também indica que na faixa etária de 11 a 16 anos, pelo menos 17% dos adolescentes vítimas de bullying, consideram tirar a própria vida para fugir da perseguição.

O neuropsicopedagogo clínico e psicopedagogo clínico e institucional, Edvan Filho, destaca a importância de estar atento as atitudes dos filhos no dia a dia. “A rotina muito corrida e uso excessivo de tecnologia muitas vezes nos impede de fazer perguntas que podem ajudar essas crianças e adolescentes. Perguntar como foi na escola, ou escutar eles falarem como foi o dia deles, faz diferença”, indica Edvan Filho.

Neuropsicopedagogo clínico e psicopedagogo clínico e institucional Edvan Filho

A prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, devendo ir além dela, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade, que poderão colaborar para a diminuição das taxas de suicídio. A prevenção deve ser também um movimento que leve em consideração os aspectos biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade.

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