Alagoas

BUROCRACIA

Com câncer cerebral, jovem é levada de maca para fazer perícia no INSS

Késia Ferreira faz tratamento há dois anos contra a doença

Por Redação com assessoria 11/10/2023 13h01
Com câncer cerebral, jovem é levada de maca para fazer perícia no INSS

O que deveria ser de acesso fácil, se tornou um transtorno para Késia Ferreira, de 26 anos, que faz tratamento de câncer no cérebro há dois anos e vive acamada. Na tentativa de garantir a aposentadoria, ela teve que ser levada de ambulância para uma agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Maceió, nesta quarta-feira (11).

A família informou que, mesmo apresentando uma procuração, foi orientada pelo órgão a levar a jovem, de maneira presencial, para fazer a perícia médica. O procedimento é um dos requisitos para a concessão de benefícios previdenciários.

“A gente solicitou a perícia domiciliar, o INSS ficou de ligar para marcar o dia e não veio. Por isso, indeferiu o pedido por falta de comparecimento. Só que eu compareci. Agendamos para hoje, novamente, e tivemos que arrumar dinheiro para contratar ambulância para levá-la, o que foi muito difícil porque a minha filha não anda, é acamada", detalhou a mãe de Késia, a dona de casa Célia Silva.

Ela acrescentou que esteve na agência e apresentou a procuração, mas o documento não foi aceito. Lá mesmo foi pedido para que o comparecimento fosse presencial. Um novo agendamento de perícia foi feito e a família teve que pagar R$ 250 pelo frete da ambulância.

"Eu parei de trabalhar, parei a minha vida para viver a vida dela. A vida dela é a minha vida. A minha rotina é de cuidados o dia inteiro, desde quando acordo até a hora de dormir. Gratidão a Deus por ela estar aqui comigo. Só quem cuida de uma pessoa assim sabe a luta e a dificuldade. Só vivendo o momento para sentir na pele", relatou a mãe.

Ela conta que não tem renda e depende da ajuda de parentes e vizinhos para arcar com as despesas do tratamento da filha, à base de medicamentos controlados.

Uma lei assegura que pessoas acamadas, sem possibilidade de locomoção ou hospitalizadas, não precisam ir até a agência, e que é papel do INSS ir até o segurado.

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