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Polícia Civil identifica câmera usada para monitorar batalhão de elite da PM do RJ

Investigadores querem saber quem estava por trás do esquema que buscava informações privilegiadas sobre as ações dos policiais dos batalhões de Choque e de Operações Especiais.

Por Com g1 22/06/2022 12h12 - Atualizado em 22/06/2022 12h12
Polícia Civil identifica câmera usada para monitorar batalhão de elite da PM do RJ
Câmera estava voltada para a entrada de batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil do RJ identificou uma das câmeras instaladas para vigiar policiais do Batalhão de Choque, na região central do Rio. O equipamento foi colocado em uma loja fechada, com a lente voltada para o portão do quartel.

Segundo as investigações, os PMs do Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que fica em Laranjeiras, na Zona Sul, eram monitorados por um esquema que utilizava, além de câmeras, até imóveis alugados.

Os investigadores querem saber agora quem estava por trás dessa vigilância sobre as tropas de elite da PM.

Carolina Teixeira da Silva, mulher de um PM que está preso, e Keley Cristina Domingos dos Santos seguem detidas por vigiar e seguir os policiais, inclusive fazendo transmissões em tempo real, sob a acusação de associação ao tráfico. As investigações mostram que elas alugaram imóveis para acompanhar a movimentação dos agentes.

As regiões dos batalhões ganharam reforço no policiamento ao longo da noite e na manhã desta quarta-feira (22).

Segundo uma testemunha, uma das suspeitas contava aos vizinhos que na loja fechada onde a câmera foi colocada funcionaria uma fábrica de gelo — que nunca abriu.

A Polícia Civil também esteve no apartamento da mulher, em Laranjeiras. Os investigadores verificaram que a porta foi arrombada e que o equipamento onde as imagens ficam gravadas foi retirado do imóvel. Os agentes pediram acesso às câmeras de segurança do prédio para identificar os suspeitos.

O esquema foi descoberto na manhã desta terça (21), quando viaturas do Bope saíam pra uma operação contra o tráfico de drogas na Favela de Manguinhos e perceberam que estavam sendo seguidas por um carro.

No veículo, segundo a polícia, as duas mulheres estavam com seis celulares. Um deles fazia uma transmissão on line.

O percurso entre Laranjeiras e Manguinhos estava sendo todo transmitido pelo aparelho. Do outro lado, alguém acompanhava toda a movimentação das viaturas. As mulheres foram levadas para a 11ª DP (Rocinha), onde foram autuadas em flagrante.

A polícia descobriu que as mulheres já acompanhavam a movimentação do Bope há muito tempo e de uma posição privilegiada.

Caroline observava a saída das viaturas e o local pra onde elas iam. Essas imagens eram gravadas e, com esse monitoramento, as mulheres seguiam o comboio. A polícia investiga se essas informações eram repassadas a uma quadrilha que ficava sabendo com antecedência onde iam acontecer operações policiais.

Uma troca de mensagens entre Carolina e uma outra pessoa ainda não identificada mostra que cada centímetro do trajeto era repassado com detalhes. "4 viaturas pegando a Av. Brasil. Sem o grandão [blindado]. Estamos na Linha Vermelha", dizem as mensagens.

O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, explicou que outras unidades no Centro também podem estar sendo monitoradas. As imagens de uma câmera de segurança , em frente ao Batalhão de Choque, no Centro do Rio, estavam conectadas ao celular de Carolina. Ela podia acompanhar on-line toda a movimentação do quartel e a saída das viaturas.

Os investigadores querem saber como Carolina tinha acesso a essas imagens segundo a polícia, um esquema a serviço do tráfico de drogas, que envolve o crime organizado e que começa a ser desmontado.

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