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Confira mitos e verdades sobre a doença de Alzheimer
Setembro lilás é o mês de conscientização da doença de Alzheimer e de outros tipos de demências. Em 21 de setembro de 1994 a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o Dia Mundial do Alzheimer que tem por objetivo conscientizar a sociedade sobre a doença e alertar para a importância da prevenção, cuidado e apoio para seus portadores.
Descoberta por Alois Alzheimer em 1906, a enfermidade que leva o seu sobrenome, se apresenta como um quadro de demência, podendo ser definida como uma síndrome de declínio cognitivo, e comumente também comportamental, cujos sintomas interferem nas atividades de vida diária, levando a um prejuízo funcional e de caráter progressivo.
“Além da perda de memória, também ocorre prejuízo de funções executivas, de linguagem, de comportamento (entre outros), o que leva a perda de funcionamento ocupacional e social”, alerta a geriatra Ronny Roselly Domingos, especialista em envelhecimento ativo.
A prevalência das demências aumenta progressivamente com o envelhecimento e, atualmente, estima-se que haja cerca de 57 milhões de pessoas no mundo acometidas por algum tipo de demência. A doença de Alzheimer é a forma mais prevalente de demência de forma isolada ou em associação com outros tipos, como por exemplo, a demência vascular (comum no Brasil). “Com o aumento da expectativa de vida, é esperado um aumento de até 300% dos casos de demências no mundo, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil”, reforça Ronny.
Nos últimos anos, muito se tem estudado e publicado acerca de avanços, tanto na prevenção, como no diagnóstico e no tratamento da doença de Alzheimer. Motivo de muito otimismo na comunidade acadêmica, mas também de muita responsabilidade no compartilhamento dessas informações para a população.
A seguir, Ronny Roselly Domingos faz um resumo sobre as principais atualizações, esclarecendo o que é verdade e o que é mito sobre a doença de Alzheimer:
1.É possível prevenir Alzheimer?
Verdade, em partes. O maior fator de risco para Alzheimer é o próprio envelhecimento. Porém, sabemos hoje que é possível evitar 40% de todos os casos de demências através de alguns hábitos, tais como: prática de atividade física regular, controle de peso, de pressão e de glicose, não fumar, diminuir a ingestão de álcool, tratamento adequado de depressão e da perda auditiva e também evitar o isolamento social. E, ao contrário do que muita gente pensa, a maioria desses fatores de risco devem ser combatidos na idade jovem ou na meia idade, e não após os 60 anos.
2. Minha mãe teve Alzheimer, eu também vou ter?
Mito. Apesar de sabermos que existe um papel da hereditariedade no aparecimento da doença de Alzheimer, a maior parte dos casos não são atribuídos a componentes genéticos, mas sim ao comportamento e estilo de vida.
3. É necessário consulta com o médico para fazer diagnóstico de Alzheimer:
Verdade. Apenas o médico especialista é capaz de avaliar adequadamente o paciente e realizar testes clínicos, laboratoriais e de imagem para o adequado diagnóstico
4. Exames de marcadores biológicos são importantes para o diagnóstico?
Verdade. O diagnóstico presumido da doença de Alzheimer tem sido, até o momento, eminentemente clínico e apenas quando a neurodegeneração já se instalou no cérebro do paciente. Mas sabemos que a neuropatologia da doença de Alzheimer consiste na presença de placas amilóides e os emaranhados neurofibrilares, que são decorrentes na fosforilação inadequada da proteína Tau. Atualmente, vários esforços têm sido empregados para que a identificação dessas alterações cerebrais (biomarcadores) possam ser feitas de forma mais precoce, menos invasiva, mais segura e mais barata. A identificação desses biomarcadores podem permitir um diagnóstico precoce da doença, com melhores chances de tratamento.
5. Os novos tratamentos já estão disponíveis para compra?
Mito. O Aducanomabe, Lecanemabe e Donanemabe, são as novas drogas divulgadas recentemente para o tratamento da doença de Alzheimer, porém, ainda não estão disponíveis para uso no Brasil. Tratam-se de anticorpos monoclonais e que surgem como uma nova possibilidade de tratamento e, dessa vez, capaz de modificar o curso da doença (ao contrário, as medicações anteriores não eram capazes de modificar o curso da doença). Porém, ainda existem incertezas na comunidade acadêmica quanto à segurança do uso e quais os pacientes que poderiam se beneficiar e em que fase da doença. Outro fator bastante restritivo é o seu alto custo e a necessidade de constante acompanhamento médico com exames de alta tecnologia. Mas, sem dúvida, mostra-se como uma nova esperança para o tratamento e controle da doença de Alzheimer e esperamos que em breve possam estar disponíveis de forma acessível para todos os pacientes.
*Estado de Minas
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