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PF indicia Bolsonaro e mais 36 por tentativa de golpe de Estado; ex-presidente nega trama
Jair Bolsonaro negou, em várias oportunidades, ter tramado um golpe de Estado
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo no inquérito que apura a tentativa da execução de um golpe de Estado no Brasil.
O ex-presidente da República foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Além dele, também foram indiciados ex-integrantes do Poder Executivo, os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), Alexandre Ramagem, e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto.
As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”, escreveu a PF em nota oficial divulgada nesta quinta-feira.
Segundo a Polícia Federal, oficiais das Forças Armadas, assessores palacianos e ex-ministros de Estado, sob a coordenação de Jair Bolsonaro, participaram de reuniões em que se discutiram a possibilidade de se instituir um golpe de Estado.
Para a PF, o plano somente não foi concretizado porque não houve o aval dos então comandantes do Exército o general Marco Antônio Freire Gomes e da Aeronáutica o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. O então comandante da Marinha Almir Garnier Santos, do outro lado, deu aval à trama golpista.
O ex-presidente da República negou, em várias oportunidades, ter tramado um golpe de Estado. “O que é golpe? É tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil”, disse ele durante manifestação em maio deste ano.
Conforme adiantou este portal, o pedido de indiciamento pelos três crimes ocorre para que o caso seja analisado de forma sistêmica e não individualizada, embora a PF tenha estabelecido seis núcleos de atuação. Cada um com sua participação no episódio. As ações, conforme a PF, começaram a se delinear após as eleições de 2022.
O relatório, com mais de 800 páginas, já foi encaminhado ao ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pela investigação. Agora, o pedido de indiciamento da PF será repassado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, para oferecimento ou não de denúncia.
Polícia Federal dividiu grupo em seis núcleos temáticos
No material, a PF destrincha a organização criminosa em seis núcleos: o de desinformação e ataques ao sistema eleitoral; o responsável por incitar militares a aderir ao golpe de estado; o núcleo jurídico; o núcleo operacional de apoio a ações de caráter supostamente golpistas; o núcleo de inteligência paralela e o núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas.
Qual é a participação de cada um?
Por exemplo, segundo a PF Jair Bolsonaro teria não somente dado aval para um suposto golpe de Estado como teria participado ativamente desse processo. A prova citada pela PF é a chamada “minuta do golpe”. Para a corporação, Bolsonaro “analisou e alterou uma minuta de decreto que, tudo indica, embasaria a consumação do golpe de Estado em andamento”.
Já o general Walter Braga Neto está incluído no núcleo responsável por incitar militares a endossarem um plano supostamente golpista. Filipe Martins é integrante do chamado núcleo jurídico ao, segundo a PF, ajudar a escrever a minuta do golpe e dar sustentação técnico/jurídico ao movimento. Desse núcleo também fazem parte o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos.
Tércio Arnaud Tomaz, conforme a PF, faria parte do núcleo de inteligência paralela assim como Alexandre Ramagem. Para a corporação, os dois atuaram de forma conjunta para coletar informações sobre adversários e espalhar dados incorretos ou distorcidos, quer seja sobre o sistema eleitoral ou sobre a conduta ética de adversários do governo federal.
Leia abaixo a lista de todos os indiciados
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva
Alexandre Rodrigues Ramagem
Almir Garnier Santos
Amauri Feres Saad
Anderson Gustavo Torres
Anderson Lima De Moura
Angelo Martins Denicoli
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Bernardo Romao Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
Fabrício Moreira De Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques De Almeida
Hélio Ferreira Lima
Jair Messias Bolsonaro
José Eduardo De Oliveira E Silva
Laercio Vergilio
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
Rafael Martins De Oliveira
Ronald Ferreira De Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz
Valdemar Costa Neto
Walter Souza Braga Netto
Wladimir Matos Soares
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